O que irá mudar se reclamarmos menos

O que irá mudar se reclamarmos menos

Você já pensou se normalmente faz elogios e agradecimentos às pessoas que fizeram coisas legais para você ou com você? Ou você é mais do tipo “reclamão”? Você reconhece as coisas legais que faz?

 

Como é possível perceber que reclamamos muito

Pensei em conversar um pouquinho sobre esse tema porque notei que normalmente temos aquela opção em pesquisas de satisfação e também em outras situações que abre espaço para elogios, críticas ou sugestões. Com certeza pelo menos uma vez você já se deparou com uma dessas caixinhas de sugestão! E a maior parte das pessoas só diz algo quando é uma crítica ou reclamação. Não que críticas sejam ruins, receber críticas é bastante construtivo, mas quem as faz precisa saber o que falar e como falar, mas isso já é assunto pra outro post! O ponto importante aqui é: normalmente nós não gastamos tempo falando do que é bom. Nós gastamos tempo reclamando e nos queixando daquilo que não gostamos, não queremos ou não achamos justo.

 

Você elogia e agradece às pessoas pelas coisas legais?

Faça esse teste:

1) Pense em quantos elogios ou agradecimentos você fez hoje.

2) Agora pense em coisas que te incomodaram ao longo do dia sobre as quais você reclamou para si mesmo ou se queixou desses eventos com outras pessoas.

Se você teve mais itens descritos no número 1, que bom! Mas se você descreveu mais coisas no 2, é importante repensar a importância que você tem dado a cada coisa que acontece na sua vida.

Além da auto-observação, é possível perceber reclamações observando o comportamento das outras pessoas. Geralmente, todo mundo conhece alguém (espero que não seja você mesm@!) que reclama e se queixa muito e que acaba sendo rotulado como uma pessoa com “energia pesada”, “pessoa negativa” ou difícil. É muito complicado conseguir agradar alguém assim e por esse e outros motivos, essa pessoa costuma ficar mais isolada ou ter relações interpessoais menos íntimas, já que os outros passam a se relacionar mais superficialmente com quem “é difícil”.

 

Por que devemos saber falar das coisas boas?

Muita gente acha que só porque algo saiu bem, está tudo ok e não se fala sobre isso. No máximo, fazem um agradecimento meio automático. Mas não deveria ser assim, pois o feedback é importantíssimo em todas as nossas relações. Se uma pessoa fez algo legal ou uma empresa te entregou o produto ou serviço do jeito que você queria ou excedeu suas expectativas, quem está envolvido nessa entrega de resultados positivos deveria saber. Isso faz com que a qualidade seja mantida e possivelmente até mesmo superada nas próximas vezes. No final das contas, além de deixar alguém bastante feliz em ouvir sua boa opinião, o benefício volta pra você mesmo: essas pessoas vão achar agradável se relacionar com você ou vão te considerar um bom cliente e melhorarão sempre o relacionamento ou atendimento.

Isso não quer dizer que devemos fechar os olhos para as coisas insatisfatórias. Minha proposta aqui na realidade é um ajuste dos “óculos” que usamos para enxergar o mundo: não deixar pequeno demais o que é bom e não deixar desproporcionalmente grande o que foi ruim. E devemos fazer isso com nós mesmos e com os outros. Devemos ser assertivos e reclamar quando for preciso, mas não podemos deixar que isso e só isso tome toda a nossa atenção!

Especialmente na terapia, vejo clientes tratando desse assunto quando falam de pais, namorados ou amigos: “só prestam atenção em mim quando faço algo que desagrada” ou “só conversa comigo para dizer que fiz algo errado” e possíveis variações dessas falas. Me digam o que essas pessoas podem acabar pensando delas mesmas! Se você pensou em responder “ela vai começar a acreditar que só faz coisas erradas/ruins”, você acertou! Por isso é tão importante sabermos falar também e principalmente do que é bom!

 

Benefícios de elogiar, agradecer e saber dosar os momentos de reclamações

Em resumo, eis alguns pontos que acho que seriam muito impactados se conseguirmos manter esse equilíbrio saudável entre reconhecer para nós e para os outros as coisas boas e saber nos posicionar perante o que não atingiu as expectativas:

  • As relações entre as pessoas fica muito mais amena. Perdemos aqueles referências de que “ele é difícil”, “nada a agrada”, “aquela pessoa é muito negativa”. Relacionar-se será muito mais fácil!
  • A interação fica mais transparente, pois estamos lidando com pessoas que sabem reconhecer e que sabem criticar, por isso não há o “não dito” nas situações.
  • O reconhecimento recebido pelas pessoas que fazem coisas bacanas tem um efeito muito positivo. A tendência é que essa pessoa que recebeu o elogio seja cada vez melhor!
  • O efeito para quem reconhece (elogia, agradece) também é bastante positivo. Para quem não tem essa habilidade bem desenvolvida é bem difícil no início porque é diferente. Mas depois que se pega o jeito e o hábito, quem reconhece o outro costuma se sentir bem consigo mesmo.
  • Além disso, quem reconhece as coisas boas feitas pelos outros terá mais facilidade de identificar as coisas boas que ele mesmo fez, pois será mais observador.
  • Temos mais paciência diante de um erro quando lembramos que muitas coisas positivas aconteceram também.
  • Compreendemos melhor as capacidades e potencialidades das pessoas quando sabemos elogiá-las.
  • Quem é elogiado tem a autoconfiança e autoestima fortalecidas.
  • Esse tipo de ação promove a empatia, que é saber se colocar no lugar do outro e entender o que este está passando, sentindo.

Depois de ler a breve postagem de hoje, pense em como você tem agido e no que pode melhorar. Identifique se as pessoas sentem abertura para falar com você ou se você é “mais difícil”. Reflita sobre suas ações perante as outras pessoas. Lembre-se: você pode contribuir para a construção de ambientes muito mais tranquilos e divertidos por meio de ações simples, como reconhecer o bem que as outras pessoas fazem para você e reconhecer também as suas próprias ações!

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